segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O SERTÃO VAI VIRAR MAR?


Há muitos anos estudiosos alertam que a consequência mais visível do aquecimento global será a elevação do nível dos mares. Estaremos vivendo este fenômeno em Floripa?


O derretimento de geleiras continentais e polares poderá elevar o nível dos mares em 43 centímetros até 2100, e o aumento para os próximos dois séculos poderia ser o dobro disso, afirma o relatório de cientistas ligados à ONU.
Apesar de tantas evidências da subida dos mares, que afeta toda a costa brasileira e de outros países, continuamos a fingir que o fenômeno não existe. A seguir trazemos algumas informações sobre o fenômeno, para maior conscientização de todos.

Novo desafio de ecologistas é proteger costa e mar.

Menos de 1% das áreas costeiras e marinhas do país estão em regiões de conservação.

Depois dos movimentos em defesa do Pantanal, da Amazônia e da mata atlântica, o novo desafio apontado por ambientalistas é proteger as áreas costeiras e marinhas do país. Hoje, menos de 1% dessas regiões estão protegidas em unidades de conservação federais e estaduais.
O índice de proteção tem de chegar a pelo menos 10%, segundo Ana Paula Leite Prates, coordenadora do núcleo de zona costeira e marinha do Ministério do Meio Ambiente. Ela participou do debate “Novos rumos nos mares da mata atlântica”, acontecido em 2007, no parque Ibirapuera. O evento foi promovido pela Fundação SOS Mata Atlântica.
Para a coordenadora, a oposição de empresas e comunidades pesqueiras é a principal dificuldade para proteger áreas costeiras - é mais problemática até que a falta de recursos. “É preciso levar ao conhecimento das pessoas que as unidades ajudam também em atividades econômicas como a pesca.”
Nas áreas protegidas, diz ela, os organismos conseguem se reproduzir adequadamente e, depois, migram para outras áreas, favorecendo a pesca.
Marcelo Françoso, diretor do Instituto Chico Mendes ressalta que grande parte da degradação das áreas costeiras ocorre pela pressão de empreendimentos imobiliários e turísticos no litoral.
A pesca predatória, “em grande escala, que não respeita a capacidade de renovação das espécies”, é também prejudicial, diz Françoso. Entre as espécies ameaçadas estão a lagosta, o caranguejo e a sardinha.
Segundo Márcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica, estudos da fundação indicam que há grande degradação das áreas costeiras e dos mangues. Em Florianópolis especialistas apontam a ocupação desordenada das regiões de dunas e o sufocamento dos mangues, como o da região do Itacorubi, como as principais agressões ao meio ambiente costeiro.

Fonte: Jornal Leste da Ilha